As redes sociais são as maiores consumidoras do tempo. Qualquer tempo é oportuno para acessar os aplicativos. Não há oportunidade para o tédio. E o contraponto é que há relações virtuais, postagens de fotos, o marketing digital e, as piores, as fake news e discursos de ódio.
No mundo hiperconectado se fica online o tempo todo, vinte quatro horas no dia e sete dias por semana. Há uma demanda em estar sempre disponível. Qual a necessidade constante da disponibilidade ?
Ficar indisponível, não apenas das mensagens, mas principalmente de acesso as redes sociais: Instagram, Facebook, Twitter e outras que possuem por aí. Falta nesse intervalo a produtividade pessoal para ler um livro, escrever ou executar alguma tarefa. Entre muitas outras que podem ser feitas nesse tempo de conexão para verificar as redes.
Claro que, uma pessoa que acessa as redes sociais é para o uso profissional e depende delas para publicar sua marca. É compreensível tantos acessos diários, pois a marca é ela. A pessoa é o produto a ser comercializado pelas plataformas sem receber pelo uso.
O processo de individualização do algoritmo gerou pessoas mais ansiosas e distantes. Estando em grupo, sempre dão aquela olhada rápida no aparelho. A ansiedade em ler e dar respostas rápidas nas mensagens ou ouvir áudios em velocidades maiores.
As plataformas, infelizmente, ainda não possuem controle para tantas mensagens. Nesse descontrole há discursos de ódio e fake news proliferando. Quem lê não pensa e não pesquisa sobre o que recebe, apenas repassa. Estamos vivendo no pós-verdade, isto é, quanto mais mentira se fala, mas acredita-se nelas. Relacionando na frase de Nietzsche: “Não há fatos, apenas interpretações”.
A sociedade humana está caminhando para uma vida selvagem, como os animais na savana. Vivem apenas por si mesmo, sem pensar nos outros, há falta de alteridade. O filósofo coreano Byung-Chul Han, em Sociedade do Cansaço, pela editora Vozes, o tédio está na oportunidade de pensar e refletir, vindo a calhar devido o uso excessivo das redes sociais.
Enquanto assiste um filme ou série, por quanto tempo consegue ficar sem colocar o smartphone na mão ?
Algumas dicas válidas para diminuir o ciclo de acessos diários: determinar horários específicos para o acesso nas plataformas digitais; durante a leitura e estudos, desligue a internet ou coloque no modo silencioso as notificações, idem enquanto assiste filmes ou séries. Algo mais: remova da tela inicial os aplicativos, assim não visualiza de imediato. Por fim, desinstale do aparelho.
O tempo estará mais disponível com mais oportunidades para pensar, ler e outras atividades. A influência das redes sociais cortará e há o retorno a privacidade.