Segundo o dicionário, Pudor, é o sentimento de vergonha, timidez, mal-estar, causado por qualquer coisa capaz de ferir a decência, a modéstia, a inocência. E as pessoas estão em falta. Estão sem dignidade.
Uma frase que sempre ouço é, “eu sou assim e não vou mudar”. Ou às vezes, ouço, “sou assim mesmo”, “tem que fazer assim”, “se não for assim não acontece”. Coloco entre as aspas pois são frases exatas. Não direi diariamente, mas continuamente.
As pessoas não tem vergonha de ser o que são. Basta ser o que quer. Há na atualidade modinha que as pessoas tem que ser. Ser a nova versão, ser da moda, ser fitness, ser sua sexualidade, sem vergonha. Ser ignorante. Ser a si mesmo sem vestimenta.
O ser sem vestimenta e sem pudor. Acho que é o momento que estamos passando neste século 21. Todos pararam de usar máscaras e são visíveis. Uma pessoa narcísica, isto é, pensa apenas em si mesmo, somente em si.
O historiador Christopher Lasch, publicou em 1970 o livro, A cultura do narcisismo: Uma era de expectativas decrescentes. Destrincha a relação entre indivíduo e sociedade, sintetizando o que rege os tempos contemporâneos, partindo do conceito na psicanálise. Segundo Lasch, os indivíduos perderam o vínculo entre si, do pertencimento à família ou a grupos políticos e movimentos sociais, para dedicar-se cada vez mais ao próprio bem-estar.
No livro do historiador, permeando nas décadas anteriores, as pessoas tinham conduta de comportamento dependendo do local onde estava. Se estava no restaurante se comportava como tal, se estava na rua evitava conversas particulares para que todos não ouvissem, apenas assuntos pertinentes. E a partir dos meandros da década de setenta, foi se perdendo pela liberdade de ser quem quiser, contra a sociedade, a revolta cultural, a contra cultura.
Acho que tem os dois lados da moeda, todavia o equilíbrio não existe aqui. O fato está alastrado. São mudanças que ocorrem aos degraus da ignorância humana. Tudo bem querer se assim, nada contra, entretanto que não invada o espaço de outrem. Como fazer isso, não sei. Porém, o não invadir, acho que é complexo, pois temos as redes sociais que invadem os espaços do Eu e coloca na permissiva da vida privada.
Os meandros da sociedade, do humano, são oportunos para a escolhas. Rememoro nesse contexto e faço uma sincronia na bíblia em apocalipse sobre o joio e o trigo. Porém para dizer sobre, é preciso crença ou não. Como disse em textos anteriores, minha visão de vida é espiritual. Nessa existência acho que é oportunidade única. Entretanto o ficar “assim” é um viver confortável, pois nadar contra maré complica?
Há esperança? Sim, é preciso que tenha. Mas sem previsão de melhoras por longevo tempo. Ninguém muda por solicitação, muda quando cansa a si mesmo.
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Mensalmente publico uma newsletter com vários assuntos além dos textos durante o mês. Na newsletter #22 escrevi uma pergunta que recorto aqui: “Seremos escravos das máquinas? Isto é, dependência delas para realizar nossas tarefas. Com o avanço da Inteligência Artificial.”
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Apodrecimento cerebral. A escolha de 2024 do dicionário Oxford: "brain rot", que o significado é exatamente o título desse texto. Estamos em apodrecimento cerebral?