Cada número é um “fragmento de pensamento” na newsletter Ato de Pensar.
Senti
Uma presença que me perturbou com êxtase
De pensamentos elevados; um sentido sublime
De algo bem mais profundamente entrelaçado
Cuja morada é a luz dos entardeceres,
E o rotundo oceano, e o ar vivo,
E o céu azul, e na mente do homem,
Um movimento e um espírito, que impulsiona
Todas as coisas pensantes, todos os objetos do pensamento
E desliza por todas as coisas.
(Linhas acima da Abadia de Tintern, 1798, de Wordworth)Uma breve síntese histórico filosófico: Liberal e Conservador. A massa distorceu alguns conceitos; e ao mesmo tempo são conceitos flexíveis, que podem se alterados em determinadas épocas. O termo liberal nasceu através de Locke (século XVII), ele defendia que o governo não se deve violar os direitos do povo, defendia o direito a vida, à liberdade e à propriedade. O conservadorismo, nasce com Edmund Burke, ênfase no livro Reflexões sobre a Revolução na França - não há menção da palavra conservador no livro. Conservador, preserva as tradições, preserva o que há. Faz mudanças no varejo e não no atacado, isto é, faz mudanças nas coisas essenciais que estão precisando no momento. Burke, faz críticas nas teorias de gabinete. O conservadorismo é uma das vertentes do liberalismo, pois há outros, como os liberais progressistas. Para mais leituras: Russell Kirk, J. P. Coutinho, Burke, Tocqueville, Michael Oakeshott.
Na newsletter #13 no fragmento de pensamento n.7, eu disse que não era cético, acho que não foi explicado. Não sou cético no dito popular, que está inclinada na ciência. O fragmento n.2 fala sobre religião. Em filosofia, DEUS não é uma variável epistemológica, está além da razão e a experiência sensível, está apenas na crença. Isto é, sou uma pessoa religiosa.
O ceticismo é antes de tudo um método, surgiu na Grécia pelo filósofo grego Pirro (318-272 a.C.) em conjunto da filosofia. O cético é aquele que possui a dúvida como primária. Por exemplo coloca uma teoria em cheque com a outra, logo para isso, precisa criar repertório em leituras e estudos. O cético faz ser dubitável a própria razão, ciência, teorias, etc. Em suma, para ser cético é preciso ter repertório.
A imagem do santo católico São Jorge é representativa para muitas pessoas no ocidente. Quando na imagem o santo ao apontar a lança para o dragão na tentativa de eliminá-lo, pois está dominado. O que estou dizendo, o dragão representa no ocidente o mal. Porém, para os orientais o dragão traz as bonanças, como simbolismos. Quero instigar a refletir por outros ângulos. A massa faz uma mistura de simbolismo com o santo São Jorge e o orixá Ogum (na Umbanda) - assunto para outros fragmentos de pensamentos. Você tolera ou respeita a religião alheia (e ateísmo)?
O significado de tempo é, o próprio tempo. Eu acho que não é possível rotular o tempo. Apenas o tempo é, o tempo. Pois o tempo para um pássaro é diferente para elefante, o mesmo comparativo do tempo do pássaro para mim ou para você leitor/a. Meu tempo é diferente do seu. Fazemos um parâmetro de acordo com o relógio e o calendário que foi criado para esse feito - controlar e reger a vida. Num macro, meu tempo de vida é diferente do seu tempo de vida, ninguém sabe o momento que falecemos ou morremos ou desencarnamos. O tempo que o Sol e o tempo da Lua não há determinação fixa, fazemos pois estamos habituados em métricas. Na pré-história eles marcavam o tempo por diversas maneiras: pelo sol, pela lua, com ajuda de pedras e outros utensílios. Talvez o tempo está no empirismo de Hobbes ou na racionalidade de Descartes ou não faz nenhum sentido adicionar conceitos no tempo. Acho que o tempo está na mística, isto é, no mistério, no oculto. “Eu vos confesso, Senhor, que mesmo hoje ainda ignoro o que é o tempo; mas vos louvo, Senhor, pelo fato de saber que estou fazendo esta confissão dentro do tempo, e por minha constatação de que dentro do tempo estou falando sobre o tempo com tanta extensão, e por saber que a própria “extensão” só é extensão porque o tempo tem passado enquanto isso.” Santo Agostinho, em Confissões. Na literatura há o livro de Alan Burdick, Por que o tempo voa. Destarte, o tempo está no próprio tempo.
Quando os pássaros voltarem, Fernando Aramburu. Conta o drama de um professor de filosofia que resolve escrever um diário no período de um ano. Outro livro, um juiz ao aplicar a pena, ele deve se restringir apenas o nas leis, na constituição, ou deve levar em conta seu sentimento, o valor moral?. Sowell aborda dos tipos de visões a restrita e a irrestrita. Uma breve síntese sobre o livro do economista Thomas Sowell em Conflito de Visões. Leitura bem interessante para entender alguns ângulos e quando entram em conflitos ou permeiam, naquilo que envolve desigualdade, economia, entre outros assuntos. Outro livro de Max Horkheimer, foi um dos membro da Escola de Frankfurt, autor de Elipse da Razão.
Um colega sugeriu mudar a palavra Pensar para Conhecimento, isso devido agente ter estudado sobre Epistemologia, isto é, teoria do conhecimento em Filosofia. (risos) Dito isso, em Hegel (século XVIII) há a paciência do conceito, com a mitologia da Coruja de Minerva que levanta voo no crepúsculo, isto é, existe todo um processo para aprender, criar, desenvolver um conceito. Nada é de imediato, crítica da pós-modernidade pois tudo precisa ser para agora - exemplo nas mídias sociais.
Fico feliz quando recebo alguns comentários por e-mails sobre a edição. É uma reação diferente das mídias sociais - deixei de usar em uso pessoal faz algum tempo. Não estou aqui para agradar ninguém. Estou aqui para escrever minhas reflexões, meus pensamentos, com repertório e ceticismo. Muito obrigado pelas mensagens!
Livros:
Quando os pássaros voltarem, Fernando Aramburu
Conflito de visões, Thomas Sowell
Eclipse da razão, Max Horkheimer
Amor líquido, Zygmunt Bauman
Filmes:
Sociedade dos Poetas Mortos (1989, Peter Weir, com Robin Williams)
O patriota (2000, Roland Emmerich, com Mel Gibson)
Melancolia (2011, Lars von Trier)
Séries:
A Gentleman in Moscow (2024)
Trotsky (2017)
"Um homem livre é o que menos pensa na morte, e sua sabedoria é uma meditação não sobre a morte mas sobre a vida.”
Spinoza (Ética)
Nos vemos na próxima newsletter.
Boa semana! Um abraço.